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impossível falar desse ano sem falar sobre todos os garotos que já amei. que breguice. amo esse filme. enfim, vivi romances curtos demais e intensos demais e sinto que é hora de despejar eles num mesmo lugar. esvaziar o coração pra esse ano que chega e esse que se desfaz.
provavelmente a coisa mais improvável que já aconteceu na minha vida foi conhecer um garoto pelo last.fm, ter a maior quedinha nele desde 2020, ser chamada na dm do last.fm (que eu nem sabia que existia) anos depois em uma madrugada aleatória por ele perguntando se já ouvi a música nova do joji, passar três meses e minha prima mudar pra cidade dele em portugal, passar mais três meses e eu ir lá e conhecer ele.
passamos literalmente uma noite juntos, foi tudo o que tivemos. e a noite começou tarde, era 21h quando encontramos na pracinha principal do centro histórico do porto. eu estava segurando um espresso comprado por dinheiro demais e pelo medo de ficar morrendo de sono, totalmente sem razão. conversamos a noite toda, andamos uns 4km pela cidade inteira, ele me apresentou os lugares favoritos, os mais famosos, me contou todas as histórias de portugal e da cidade possíveis.
ele foi um fofo, se colocava do lado de fora da calçada, sempre que íamos passar por um beco quase sem luz dos postes alaranjados ele me perguntava se eu tinha certeza, se me sentia segura com ele. e é óbvio que eu me senti. rimos a noite toda, ri do sotaque dele e de como ele repetia a forma como eu falava as coisas, rimos de como os portugueses são mesmo ele sabendo que é igualzinho, e na verdade eu amei isso nele.
quando estávamos indo embora, ele foi comigo de metrô me deixar na porta de casa. quando estávamos na estação, ele perguntou estava tudo bem a nossa proximidade, falou que gostou da minha “pintura” (delineado) e do meu nariz. falou que na próxima vez me apresentaria a faculdade dele, os amigos, que teríamos mais tempo.
dia 14 de fevereiro de 2023, pleno dia dos namorados. guardo ele com muito carinho.
eu não sei como descrever o henrique, não sei mesmo. procuro ele em todos lugares, todas pessoas, mesmo depois de todo esse tempo.
nos conhecemos em 2020. mil coisas aconteceram desde então. nada muda quando falo com ele.
e olha que grande parte desse ano foi nós evitando nos falar pra evitar o turbilhão de sentimentos que a gente se traz, mesmo estando tão longes, mesmo com todo o tempo.
hoje ele namora, e eu fico feliz por ele estar feliz. ele disse que se voltássemos a nos falar, ele teria que terminar com ela por motivos óbvios. às vezes ele me manda mensagens como “lembrei da sua risada e queria dizer que te amo”. e o pior é que se eu já amei alguém, eu tenho certeza que foi ele.
tive uma quedinha instantânea desde que o conheci, e como não, se mesmo hoje eu não sei se quero ele ou quero ser ele. acho que quero ser ele. toda vez que estou me esforçando pra passar uma imagem eu sei que quero estar parecendo com ele. não sei o que exatamente nele eu admiro, se ele se parece com todos os outros garotos que frequentam o mascate savassi.
após curtir literalmente tudo que eu postava sobre a viagem de portugal e puxar assunto todas as vezes, logo depois de terminar o namoro, a gente se encontrou no cabral. a gente se dá bem, ele é aquele tipo de pessoa que é a alma da festa, em que é inevitável procurar o rosto na rodinha só pra conseguir rir junto e falar algo. só pra saber se ele está gostando e pensar “ei, que legal eu estar aqui com você”.
enquanto meu irmão foi fechar a porta da sala de monitoria de letras (?) ficamos sozinhos com a luiza, que foi se distanciando aos poucos. sentados na calçada da rua ele perguntou se podia me beijar. óbvio que eu queria, mas a verdade é que eu estava morrendo de medo. agora que olho pra trás vejo que deveria ter aproveitado mais, deveria ter beijado como se quisesse, devia ter mostrado pra ele que eu realmente queria ele.
desconversei falando que não queria, ele perguntou se era por causa do meu irmão e como não consegui pensar em nada melhor, concordei. até hoje não sei exatamente o motivo, se foi realmente o medo de beijar, se foi algum pensamento inconsciente de que ele é melhor que eu e logo iria perceber isso. eu não me arrependo, mas queria ser próxima dele hoje em dia mesmo assim. acho que afastei ele, e a verdade é que ele sempre vai ser alguém que eu quero ter por perto.
estranho falar dele, sinto que não falo desde que anotava tudo no meu diário, que ficou vazio a partir do momento em que ele me deixou arrumada esperando, e nunca mais falou comigo ou olhou na minha cara. a verdade é que ele foi o primeiro garoto pós primeiro namorado com 16 anos em que eu pensei, porra, eu vou realmente namorar ele. ele foi o primeiro que eu realmente cogitei abrir meu coração todinho, e eu sinto que realmente teria tido essa conversa com ele… se ele não tivesse me dado um bolo quando marcamos de conversar, quando estava na cabeça que eu iria falar tudo e no fim ou iríamos assumir ou acabou.
acabou sem eu poder colocar um ponto final. ele nunca mais me respondeu, uma semana depois estava de casal com outra e eles namoram até hoje. ele nunca mais olhou na minha cara. na verdade já moveu mares e montanhas pra não precisar estar de frente comigo. um dia o arthur me puxou e falou “quem foi a amante, você ou ela?”, porque nenhuma linha do tempo que possa ser feita bate. ele estava com nós duas. e escolheu ela.
doeu doeu e doeu. eu senti que vivia um ciclo em que nunca era escolhida, e me senti pequenininha por isso.
a verdade é que foi tudo tão intenso e tão estranho. ele foi o melhor beijo, a gente se encaixava perfeitamente. ele me olhava (ainda olha, e isso nem sou eu que estou dizendo) de uma forma tão singular. às vezes uma partezinha de mim acha que ele só não me escolheu porque sou problema demais, e talvez eu realmente nunca conseguisse ser o que ele espera de uma namorada.
a verdade é que não tem explicação para a forma como ele me tratou, e nada consegue reparar isso, por mais que a gente tenha vivido momentos de outro mundo, e que provavelmente vou basear minhas expectativas por algum tempo. quando a gente não estava vivendo um sentimento saído de filme, era uma estranheza que eu nunca mais quero sentir.
abram alas pra relação mais desgastante que eu já tive na minha vida. e mesmo assim, eu converso com ele como não converso com mais ninguém. a verdade é que eu seria a garota mais feliz se ele aceitasse ser meu melhor amigo, porque é só isso que ele sempre foi pra mim. mas eu nunca fui isso pra ele.
a gente começou a se falar em 2022, de formas que só podem ser o universo. eu fico horas e horas conversando com ele e não me canso, a dificuldade em desapegar dele é porque ele realmente faz falta na minha vida. e mesmo assim eu nunca senti o mínimo de atração por ele, a mínima vontade de ter algo mais. nada encaixou, e ele não enxerga isso, e ele me cobra sentimentos que eu nunca senti, e olha que eu tentei. durante abril e maio a gente tentou. e eu sinto falta sim das tardes deitados no sofá conversando e vendo filmes (mas isso a gente poderia fazer como amigos).
não havia nenhuma naturalidade, e eu sei que sou culpada por isso, eu tentei forçar coisas que não são simplesmente forçadas. e como consequência iludi ele esse tempo todo, mas eu sei que parte ele se iludiu sozinho. a verdade é que os dois erraram inúmeras vezes, quando eu só queria ter uma amizade leve e divertida como eu sei que seria se não houvesse esse turbilhão de sentimentos e confusões por parte dele.
eu me arrependo de ter tentado, mas sei que se não tivesse ele estaria até hoje confundindo amizade com paixão, e me decepcionando mais mil vezes no processo.
esse nem deveria estar aqui. não sei como ele saiu de amigo para uma tentativa de amigos que se pegam. nunca entreguei um pedacinho do meu coração pra ele, mas sinto que deixei um pouco de mim sim, e por isso ele está aqui.
foi a mais pura coincidência a gente se conhecer e ter tanto em comum: conheci ele no ônibus (literalmente, ele me cutucou no ônibus para me pegar se eu era caloura dele) e ele estudou no colégio do meu irmão e conhece vários dos meus amigos.
eu sempre tive um carinho pelas idas e voltas de ônibus e nossa companhia e facilidade em conversar e fazer o tempo passar. mas sempre foi isso: temos uma amizade legal. detalhe que ele, o bernardo, pipa e bruno aconteceram ao mesmo tempo. e fiquei com ele pela primeira vez no meu aniversário - foi o dia que fiquei a primeira vez com o bernardo também, e quando só descobri depois (tarde demais) que o pipa queria conversar e ter algo comigo - (a gabi me contou que nesse dia os três ficaram me orbitando e era engraçado de assistir, mas pra ser sincera eu nem percebi), aconteceu meio sem querer, eu realmente não beijei ele com vontade ou algo do tipo, mas parece que ele nunca chegou a perceber isso.
ele foi o primeiro que me contou que viu o bruno com outra, eu não acreditei de primeira mas ele foi um hiper amigo por ficar do meu lado e meio que viver isso comigo. minha forma de lidar era basicamente fazer piada, mas tiveram algumas vezes em que eu realmente desabafei e ele não tem a cara de ficar ouvindo desabafos, mas mesmo assim foi legal comigo.
depois teve o vetustão - primeira vez que fiquei com o joão - que ficamos também. eu nem sei porquê, mas acho que tem mais a ver com o joão e a forma como ele me fez sentir do que com o lucas. tudo que envolve o lucas tem menos a ver com o lucas e mais a ver com o que acontece na minha vida, e acho que me sinto um pouco mal por isso.
vivi a provável noite mais divertida e atraente da minha vida com ele. e claro que aconteceu num cabral. eu estou tentando lembrar QUANDO e COMO tudo aconteceu porque foi tão natural e tão incrivelmente divertido que só me restou esse sentimento indescritível. a verdade é que eu tava de olho no haroldo ou silveira, e eu nunca nem tinha visto o camargo antes desse dia (coincidência: antes de sair de casa eu abri o instagram do tesla sem querer e um vídeo dele explicando suspensões do carro invadiu minha caixa de som, não achei nada dele mas por algum motivo quis citar ele pro caio, que me falou o nome dele e só também).
acabou que estávamos na mesma rodinha dos teslas e eu entre ir para o grupinho da rebeca e voltar sempre estava próxima dele, que sempre me fazia rir. começamos a fumar paiol (e fiquei rindo do jeitinho que ele acendia) mas tinha tanta gente legal e tanta coisa acontecendo que eu não dava 100% da atenção pra ele. se eu dei em cima de alguém nesse tempo foi pro haroldo, que me olhava com aquele sorriso e falava coisinhas como “posso te mostrar” quando a irmã do arthur fez piada sobre ele ser muito hétero e ter pouca testosterona.
ENFIM, camargo. uma das vezes que eu estava na rodinha com a presença do caio ele perguntou se eu queria fumar mais pra outro lado e eu rejeitei. aí saí em disparada pois ainda tava com a cabeça no bruno e zero segura se realmente queria ficar com ele e fui na rebeca, mostrei ele, contei como as coisas estavam acontecendo e ela só falou “? vai lá agora fernanda” e eu fui meio forçadamente. voltei lá, conversamos mais e enquanto a galera comprava hambúrguer de um motoboy aleatório que apareceu na gente do nada, ele perguntou se eu estava com frio e colocou minhas mãos no bolso do moletom dele. aí eu simplesmente beijei ele. e ficamos ali até todo mundo começar a comentar e ele me puxar pro canto do cabral (escuro e atrás do carro).
o mais incrível era que a gente conversava no meio do beijo (eu acho que tenho essa mania) e tínhamos literalmente a mesma sintonia. perguntei se ele ia voltar pra cidade dele e ele disse “não agora que eu sei que o caio tem uma irmã linda e gente boa assim”. e com isso a gente ficou o resto do role casados. sem saber tirar a boca ou a mão um do outro. até quando a gente estava numa esquina indo embora e esperando o protil parar de correr pela avenida e o gabriel falar “parem de se beijar logo” e ele falar “eu tô só aqui explicando pra ela sobre o carro” e todo mundo rir. beijei ele pela rua, enquanto andávamos atrás de todo mundo de mãos dadas. beijei ele pra despedir sem querer despedir nunca.
foi engraçado quando a rebeca foi me procurar pós meu mini surto sem saber se ficava com ele e encontrou nós dois como se estivéssemos em um relacionamento de três anos literalmente grudados. ah, engraçado pensar que enquanto tudo isso acontecia eu estava com a blusa de frio e cheiro do haroldo…
enfim, foi mágico, mas, um amor de uma noite. sou boa com esses.
alexa play better than revenge. a verdade é que podia ser só um sentimento de vingança mas a primeira vez que eu coloquei meus olhos nele (na primeira vez que eu sai com o bruno) e ele me olhou do jeitinho dele com os cílios mais lindos que já vi na vida eu percebi que se não fosse o bruno, a gente poderia muito bem ter ficado naquele dia.
essa primeira vez que sai com o bruno ele me levou no pallets com os amigos do santo agostinho (o primo, os amigos e uma laura que era da mesma escola que eu há uns 5 anos e éramos do mesmo escolar, enfim eu achava que esse tanto de coincidências só podia ser amor) e foi um role mega divertido. deve ter acabado umas 5 da manhã e eu estava simplesmente encantada, apaixonada pelo bruno. fiquei amiga do guilherme, que era lindo, mas eu sabia que não prestava. ele puxou vários assuntos comigo a noite toda e até percebeu que eu e o bruno éramos quase a mesma pessoa (porque tudo que ele fazia eu ria e tudo que ele falava eu copiava). ficamos nós três um tempão na mesa do mc pós role apenas conversando e rindo e o bruno tentando fazer em comer e ele do lado oposto observando a gente grudados.
segunda vez que eu vi ele foi no veredito. eu nem imaginava que ele estaria lá, nem vi ele e o bruno juntos. era fim de rolê, eu tinha reconhecido ele no meio e falado pra emily que o primo do bruno estava lá mas sem segundos pensamentos. até a hora de procurar o uber… ele tava sentado no banco do lado do gabriel, que me chamou e ele olhou. em minha defesa não dava pra não cumprimentar, então depois que o gabriel saiu eu fui lá e falei algo do tipo “oi, você é o primo do bruno” e ele levantou pra me cumprimentar. quando eu vi eu já estava falando que eu e o bruno não demos certo e ele nem olha na minha cara mais e ele estava falando “ah, mas você sabe que ele deu mole né…” e a boca dele estava na minha. foi um beijaço (que eu espero que o joão não tenha visto) no meio de todo mundo e foi muito bom. eu sei que nos beijamos e quando eu vi já estava saindo pro lado das meninas de novo como se nada tivesse acontecido e elas com a maior cara de choque, não sei porque só virei de costas e sai. talvez porque os olhos dele me deixam nervosas e eu não queria/sabia lidar com tudo isso.
terceira vez que eu vi ele foi no último cabral do mundo, quando o bernardo enchia meu saco e ele estava passando do meu lado, mas a gente se reconheceu instantaneamente. ele me olhou com aquele jeitinho dele e falou “você não presta mesmo né”, me deu um beijo no canto da boca e cumprimentou o bernardo (acho que ele pensou que a gente tinha alguma coisa, e odiei o bernardo por isso). depois tentei procurar mas não achei, queria ter ficado com ele.
esse é o mais recente. a gente só se fala por mensagem de madrugada e acabei de conferir se tem alguma coisinha dele. na verdade aconteceu quinta feira (hoje é segunda) e eu estou feliz pelo joão não ter sido meu último do ano, por mais que isso signifique que o enrique é o 15º.
eu fui pra esse role de quinta sem saber o que ia acontecer. no fundo eu sabia sim que o enrique podia estar interessado desde o aniversário da cher, mas sempre foi o luís. eu até comentei com a layla brincando que não sabia o que ia acontecer e pensei “meu deus fernanda que exagero”. acabou que minha intuição estava certa.
pior que eu nem sei distinguir quando eu tive a certeza, meio que só aconteceu. e foi muito bom. e depois morremos de vergonha e não soubemos lidar. e agora conversamos apenas de madrugada, porque acho que é o máximo que um pode dar ao outro sem admitir alguma coisa.
o enrique sempre foi um mistério, eu conversei com isso inúmeras vezes com a ary e só depois fui raciocinar que talvez ela pense tanto nele porque gosta dele. a verdade é que ele é um livro fechadíssimo a 7 chaves e é difícil tirar algum traço de personalidade dele que não seja reflexo do luís ou de quem está ao redor dele. eu nem sabia que ele me queria. eu nem sei até agora se foi ele que pediu ou todo mundo sentiu que a gente deveria ficar e sairam de lá.
pensando no momento como um todo foi um pouco vergonhoso, derrubei vodka no olho dele. e depois a gente ficou ouvindo poesia acústica num silêncio. não sei quando a gente ficou tão próximos mas só sei que nos beijamos por um bom tempo e foi bom.
menções honrosas