eu fiquei simplismente TRANSTORNADA com esse final... não tenho palavras para descrever o mix de sentimentos que senti me esforçando pra concluir essa leitura. acho que uma das características mais perceptíveis das obras do raphael montes é essa maneira de causar um desconforto genuíno em cada leitor, de um jeito que faz a gente largar o papel, botar a mão na consciência e se perguntar: "tenho condições de terminar de ler essa bomba atômica literária?" (se eu fosse escritora como ele, me orgulharia de carregar esse peso). não sei desenvolver mais essa pseudo resenha sem dar spoiler, quem me indicou esse livro nem mesmo foi capaz de explicar o enredo sem me alertar do quão 8 ou 80 ele era, porém, ressalvo aqui o quanto eu gosto quando o livro me faz Sentir Coisas... senti medo, aflição, nojo, comoção, choque, desagrado, confraternidade, felicidade em vagos momentos e repulsa em praticamente todos eles. na metade ele tinha a faca e o queijo na mão para fazer um livro de 4 estrelas... e ele foi lá, cuspiu o queijo na nossa cara, fincou a faca no nosso abdômen e lançou essa obra prima.