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she/her · 90's · sad & brazilian · chronically online · fujoshi · infp · chaotic neutral · lesbian ace · agnostic atheist || ☆*:. ❝nobody likes being alone that much. i don't go out of my way to make friends, that's all. it just leads to disappointment❞ — norwegian wood • haruki murakami ☆*:. || pocket camp id: 47193650090 | (pt-br)

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queria ter me divertido mais, porém não faz meu tipo. arranca no máximo uns sorrisos amarelos. parece que o filme está se esforçando todo tempo em me fazer rir com um suposto humor inteligente. ele tenta demais ser tudo e acaba sendo apenas bobo, raso, fútil. assim como a personagem da margot, não sabe para onde vai. talvez gostasse se fosse algo menos pretensioso, que não tentasse me educar de forma nada sutil, a cada minuto, sobre algo que já sei, se abraçasse com honestidade aquilo que é: apenas mais um besteirol estadunidense.

claro, os cenários da barbieland são encantadores, os figurinos da barbie estereotipada são lindos, as atuações da margot e do ryan são impecáveis dentro dos limites dos papéis. a embalagem colorida é um deleite para meus olhos cansados de filmes escuros, sem cor, sem luz. todavia, o conteúdo deixa a desejar. são duas horas de bait para gerar debates que não vai levar a lugar nenhum no twitter. tudo superficial, plastificado, manufaturado para ser adotado como sua nova personalidade nesse verão, até a próxima coqueluche dar as caras. o discurso não gera desconforto e não muda vidas como clamam por aí. não que esperasse um aprofundamento de questões sociais e existenciais em um filme que objetiva alavancar as vendas da barbie, tranformando-a em um ícone libfem, feminista de boutique, feminista GNT, como queira chamar. só me cansa a forma como ele tenta parecer mais do que é.

confesso que as reações exageradas na interwebz me entretém mais. de um lado, conservadores histéricos por conta do filme secular abordar questões contemporâneas em vez de transmitir valores cristãos da época do guaraná com rolha, quando poderiam ter ficado em seus lares abençoados lendo o mesmo livro pela enésima vez, sem se misturar com mundanos. do outro, jovens que tratam um filme para vender brinquedo de fabricante multibilionária como a epítome da crítica ao patriarcado capitalista, atribuíndo à misoginia qualquer comentário desfavorável. experimente falar um "mas" sobre esse filme, e seu rosto será chapiscado no asfalto da internet por uma horda de adolescentes e adultos com mentalidade de adolescente. ah, sim, além desses, os pais displicentes que sequer lêem a sinopse dos filmes antes de adentrar as salas de cinema com suas crianças, e saem desgastados por lidar com pentelhos entediados por uma hora e meia sem o auxílio da galinha pintadinha ou horrorizados por se verem obrigados a explicar o que é vagina e pênis (as escolas não ensinam isso?).

enfim, minha opinião. não estou proibindo ninguém de gostar.

jul 9 2023 ∞
jul 31 2023 +